Bateria nômade
Mitocôndrias recebem muito destaque nos meus blogs. Elas merecem. Zilhões de células no organismo dependem da mitocôndria para funcionar. Elas são baterias; sem bateria nada feito, a célula entrega os pontos.
Recentemente, especialistas em mitocôndrias em todo o mundo foram surpreendidos pelo resultado de uma pesquisa indicando que o sangue contém não somente os vários tipos de células vermelhas e brancas, mas também mitocôndrias soltas. Viajando sozinhas. Nômades!
Isso é incrível! Porque?
É que nunca se suspeitou que a mitocôndria pudesse viver fora da célula. Elas sempre foram consideradas parte integrante de uma célula. Era meio que reduzidas de status, chamadas de “organelas” celulares. Achávamos que não tinha como ela abandonar a proteção da parede celular e mesmo assim viver tão bem. Ledo engano.
Essa descoberta se deu em 2019 o que, em termos de ciência, é considerado ontem uma vez que o conteúdo do sangue tem sido virado do avesso ao longo dos últimos muitos anos.
Essas mitocôndrias nômades não circulam no sangue como meros turistas indo visitar algum tecido distante. Elas têm a capacidade de agir como as mitocôndrias – gerando energia onde quer que estejam.
Elas também podem escolher. Têm a capacidade de entrar e sair da célula. O que as motiva a passar da célula para a corrente sanguínea e vice-versa não é conhecido, mas eu tenho um bom palpite: tem a ver com a comunicação entre elas. Talvez haja falta de energia celular em algum lugar e elas migram para avisar o organismo inteiro disso.
A luz vermelha ou próxima do infravermelho possui um efeito chamado indireto – às vezes também chamado de abscopal ou sistêmico. O professor John Mitrofanis e sua equipe mostraram que se você iluminar o organismo em uma região longe da cabeça, ainda assim haverá uma melhora na maneira como as células cerebrais funcionam. Aposto meu dinheiro que isso tem algo a ver com as mitocôndrias nômades. Enquanto isso, decidi que vou iluminar o nomadismo delas.
Obrigado a Andreas Dress/Unsplash pela foto.