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Exercício e sono: a única solução é ir à academia

publicado em:6/02/21 7:31 PM por: Martin Portner Ciência da Luz

O título deste artigo que foi publicado na mídia especializada em 2020 é autoexplicativo: os efeitos do exercício no sono nas doenças neurodegenerativas*.

Ele inicia resumindo as principais causas que afetam o sono em pessoas com Parkinson, Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas:

  1. dano do sistema sono-vigília no cérebro, que afeta o ritmo circadiano e interrompe o padrão normal do sono e vigília e;
  2. “mecanismos secundários” que incluem coisas como efeitos colaterais de medicamentos, ter que ir ao banheiro durante a noite, má “higiene” do sono, distúrbios respiratórios relacionados ao sono e o ambiente em que você tenta dormir.

Um dos estudos revisados utilizou a polissonografia, método objetivo de avaliação da qualidade do sono, como uma ferramenta de medida. Havia dois grupos de pessoas com doença de Parkinson. Um grupo fez treinamento físico de alta intensidade três vezes por semana durante 16 semanas. O outro grupo recebeu informações de especialistas sobre como melhorar a higiene do sono, ou o que fazer antes de ir para a cama e dormir.

Dá para adivinhar os resultados. O grupo de exercícios teve melhora significativa para começar o sono, o tempo total do sono e algumas outras medidas importantes do sono.

O exercício claramente melhora a qualidade do sono nas doenças cerebrais degenerativos.

MAS, vamos combinar uma coisa: há os exercícios de verdade e há aqueles exercícios de fazer de conta.

Para ser eficaz, o exercício deve ultrapassar os limites da pessoa. Os movimentos têm que ser grandes, a frequência cardíaca tem que subir e uma gota de suor tem que aparecer caindo da testa.

Minha pergunta é a seguinte: por que o sono é tão importante nas nossas vidas? Claro que é bom ter uma boa noite de sono, mas ela realmente faz uma diferença?

Sim, faz.

A noite mal dormida afeta a vida da maioria das pessoas. Medicamentos podem ajudar, mas muitas vezes causam efeitos colaterais intoleráveis. E não resolvem a causa do problema: nossa vida tem um padrão muito sedentário. Noites mal dormidas tornam a vida miserável, isso sem mencionar para a pessoa que divide a mesma cama.

Estudos demostraram que a luz vermelha e próxima do infravermelho ajudam a dormir melhor.

Eu já testei essa hipótese e percebi que o sono é melhor (especialmente quando as luzes são utilizadas durante o dia).

Agora estou na fase de comprovar que luz + exercício é uma dupla para virar o jogo. Vou me preparar e testar na prática. Os resultados vão parar aqui.

* Adeel A. Memon, Juliana J. Coleman, Amy W. Amara. Effects of exercise on sleep in neurodegenerative disease. Link

Agradeço à fotógrafa Cris Saur/Unsplash, pela bela imagem do coala adormecido.



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Médico especialista em exames de eletroneuromiografia há 40 anos. Certificado pela Universidade de Oxford, pelo Conselho Federal de Medicina e pela Fundação Getúlio Vargas.


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