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Guerra

publicado em:26/01/21 6:28 PM por: Martin Portner Ciência da Luz

Células do corpo e do cérebro produzem substâncias chamadas de citoquinas, pequenas proteínas que podem se tornar verdadeiras bestas quando fora de controle. Mais de 300 citoquinas diferentes foram identificadas. E elas são duais; em uma situação elas se comportam de uma maneira e, em outra, a mesma citoquina age de maneira completamente diferente.

Elas são produzidas por um grupo de células chamadas de leucócitos, também conhecidas por glóbulos brancos. Eles agem em resposta a qualquer ataque (vírus, bactéria, câncer, disfunções hormonais ou do bioma).

No cérebro sem doença, os leucócitos permanecem dentro dos vasos sanguíneos e não cruzam a barreira sangue-cérebro. O cérebro tem seu próprio sistema de gerenciamento imunológico, com vários tipos de células o protegendo, incluindo a microglia e os astrócitos.

No cérebro saudável, as citoquinas são produzidas pelas células cerebrais e se comportam com o devido decoro.

Nas doenças neuroinflamatórias, como na esclerose múltipla, meningite e encefalite, os glóbulos brancos da corrente sanguínea rompem a barreira sangue-cérebro e passam a espalhar suas citoquinas para o cérebro. Isso é o equivalente a jogar gasolina na fogueira cerebral.

A mesma coisa, talvez com alguma diferença, pode acontecer nas doenças neurodegenerativas, que incluem Alzheimer, Parkinson e ELA (doença do professor Stephen Hawking). Nessas doenças, as células imunes (os leucócitos) fazem o que devem fazer e permanecem dentro dos vasos sanguíneos. Porém a situação é diferente com os astrócitos e microglia. Elas aumentam em número, arregaçam as mangas e esperam resolver o problema rapidamente através das citoquinas. Elas simplesmente enlouquecem e passam a danificar os neurônios.

Por que isso tudo importa?

Pesquisas mostraram que a luz vermelha/infravermelha tem um efeito direto e positivo na atividade das citoquinas, aumentando as citoquinas calmantes e diminuindo as que promovem inflamação. Pode haver algo melhor?

Os medicamentos desenvolvidos até hoje para o tratamento da demência mais devastadora do mundo, a doença de Alzheimer, não mostraram muita eficácia. Em teoria, e de acordo com as primeiras evidências obtidas em pesquisas, um processo inflamatório (leia-se citoquinas) está presente nesta doença. Explorar o uso da luz vermelha/infravermelha pode ser a melhor maneira de buscar a cura desta doença. As primeiras informações estão chegando. Hora de virar o jogo.

Imagem: Hasan Almasi/Unspash



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Médico especialista em exames de eletroneuromiografia há 40 anos. Certificado pela Universidade de Oxford, pelo Conselho Federal de Medicina e pela Fundação Getúlio Vargas.


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